Dança Sagrada do Ventre

04/07/2010 22:57

Dança do Ventre

Os povos antigos da Índia, Egito, entre outros, utilizavam a dança como forma de expressão religiosa. Muitas destas danças tinham relação com os atos de criação e com o movimento dos planetas ao redor do Sol. Algumas danças antigas representam o movimento cíclico da vida e da morte. Entre os povos primitivos, cada ato importante é precedido ou acompanhado de música e pela dança, que são o prelúdio para a celebração de todas as cerimônias simbólicas. A variedade de danças entre os povos primitivos é tão grande que se torna difícil de explicar sua origem.

A Dança do Ventre estava ligada aos cultos e ritos de fertilização em honra das divindades femininas. Estas danças eram dirigidas por sacerdotisas egípcias que reverenciavam a Grande Mãe, na forma de Inona, deusa do amor e da alegria de viver, Isthar entre os assírios, Babilônios e Astarte entre os Cananeus e fenícios.

No antigo Egito a prática da dança era em agradecimento a Deusa Isis pela fertilidade e beleza. As dançarinas com seus ventres nus captavam a energia do Deus Rá (Sol).

Dançava-se ainda na primeira noite de lua cheia nas florestas e locais considerados sagrados, ao cheiro de incensos em rituais para o aumento da fertilidade e saúde.

A dança do ventre difundiu-se muito, sofrendo várias alterações conforme a cultura de cada povo, chegando até os tempos atuais.

Na dança do ventre, tudo tem o suave toque de magia e mistério! 

Benefícios da Dança

 Esta dança concede contato com a divindade Suprema, liberando o amor puro que se encontra em nossos corações, através dos movimentos sinuosos de tronco e braços. Concede paz interior e consciência sobre a própria existência.

Atua diretamente no centro de energia do corpo que se encontra no ventre (plexo solar) distribuindo-a de forma equilibrada. Harmoniza os chacras ajudando a dissolver bloqueios de energia que são os causadores de desequilíbrios.

Transforma as emoções, dando à mulher mais feminilidade, beleza, suavidade, auto confiança e segurança. Permite à mulher o desbloqueio de sentimentos reprimidos, liberando emoções estagnadas.

Ativa a circulação, favorece os pulmões com mais oxigenação, concede flexibilidade e alongamento ao corpo, além de leveza, aumenta os reflexos e educa a postura. Fortalece e tonifica todos os músculos das pernas, coxas, quadris, abdome, nádegas e braços. Permite um bom funcionamento dos rins, eliminando o excesso de líquidos; e dos intestinos, favorecendo a digestão e a eliminação. Alivia as tensões da nuca, dos ombros e das mãos. Auxilia em problemas menstruais, em partos e recuperação pós-parto, equilibra a dosagem de hormônios, e também auxilia na diminuição do desconforto da menopausa.

Os exercícios de dança do ventre possibilitam o relaxamento do corpo, resultando numa sensação de bem-estar. Adquirirmos sensibilidade e, conseqüentemente, uma compreensão melhor de tudo que nos cerca: por meio do som da música, estimulamos o sentido de audição; mediante a interação de cores e do espaço (ambiente), estimulamos o sentido da visão; e mediante a dança, procuramos trabalhar a coordenação motora, equilíbrio e expressão corporal.

Não há restrições quanto à idade e tipo físico ideal para praticá-la. Todas as mulheres podem dominá-la com desenvoltura, mesmo porque as melhores dançarinas árabes se situam na faixa dos 50 anos, por isso é bastante recomendada para senhoras! 

Corpo e Mente em Equilíbrio

As mulheres que praticam a dança do ventre, descobrem logo que é um trabalho físico completo, que permite auto consciência e valorização corporal. Durante o processo, trabalha-se isoladamente diversos membros, até que os movimentos possam ser feitos em conjunto.

Além de desenvolver a atenção e a capacidade de concentração, os exercícios apontam as regiões tensas no nosso corpo, onde a energia se concentra e não flui, gerando alterações no equilíbrio geral do organismo. Para liberar esses pontos, a dança trabalha os movimentos circulares de quadril, ombros, braços, mãos, tórax e pescoço.

Um dos objetivos da dança do ventre é fazer o corpo ondular como o fazem as serpentes na terra. Ao ficar em pé todos os movimentos da dançarina ocorrem para torná-la uma chama ondulante, que cresce, feito uma serpente que se ergue. Movendo sinuosamente o corpo, a mulher-serpente se transforma na expressão da força sagrada, o fogo que tudo transmuta e purifica, movimentando a energia vital por todo o organismo, proporcionando o equilíbrio dinâmico dos chakras. Estes centros de força, quando estimulados, fazem com que a pessoa entre em sintonia com a sua essência. 

Importância de a mulher conhecer o próprio corpo

As pessoas, tanto os homens quanto as mulheres não conhecem o próprio corpo!

Antigamente cuidar do corpo e da saúde para as mulheres egípcias era um ritual sagrado! Abençoadas por poderem gerar vidas, cultuavam o corpo e o ventre.

É preciso devolver à mulher de hoje o conhecimento do seu próprio corpo, das questões da sua saúde e a liberação da sua essência feminina. 

"O retorno da dança do ventre neste final de milênio é um sinal para a revalorização da deusa que habita em cada mulher, como o ventre do mundo. A grande mãe, a mãe conciliadora, incorporadora e apaziguadora dotada de um amor universal fará com que o próximo milênio seja a pura expressão da energia do amor." ( Maria Isabel Sehbe )

Texto :  Jaqueline Kuriu Anacleto – 9234-4077

             Formada em Educação Física, Licenciatura Plena, na UFPR em 2004.

             Fisiologia e Anatomia para Profissionais da Dança do Ventre

             Estúdio Arte em Movimento

 

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